Continuando o artigo anterior vamos explicar os dois principios básicos que permeiam este filme:o paradoxo de schrodinger e a hipotese de Poincaré,que nós já apresentamos.
Comecemos por esta última.Antes ,no entanto,eu quero fazer uma observação quanto a pessoas que me criticam por escrever artigos que eles não entendem:em primeiro lugar eu não sou demagógico e a busca do conhecimento não é.
O que eu faço aqui,como eu já disse,não é senso comum,é saber sim e neste sentido eu não posso vulgarizar o conhecimento,porque isto o distorceria.
Eu simplifico o mais que posso,se realmente for possível,mas não faciltio a ponto de mutilá-lo,esconder suas bases e o distorcendo.
Quem não tem interesse em certos temas que eu trato aqui é só não ler.A coisa mais importante que a pessoa aprende comigo é ser livre.
Só a liberdade de escolher é que facilita o conhecimento,porque ele passa a ser prazeroso,bom e a favor da pessoa e assim é assimilado melhor.
Dito isto vamos à Poincaré:esta hipótese nos mostra,como o experimento de Galileu nas torres de Pisa (que não foi feito por ele,mas por seu discipulo Vincenzo Viviani)ela não é perfeita,porque não há adequação entre a matemática e a física.
A proposta de Poincaré era provar que esta curvatura do espaço e a sua “tendência” ,a tendência dos pontos do espaço de se encontrarem,era matematicamente viavel.Não fisicamente.
Eu tive um professor de pré-técnico,antes de entrar na universidade,que não era bom pedagogicamente,muito pelo contrário,mas me ensinou uama coisa importantíssima,inclusive filosoficamente,quanto à queda dos corpos:as bolas caem simultâneamente em termos matemáticos,mas não fisicos.
Mas se existe uma diferença fisica,por pequena que seja,na queda dos corpos a matemática teria como “ expressar” a diferença,a descontinuidade,o “ desencaixe” entre uma realidade concreta e outra abstrata.
Então,há uma adequação entre sujeito/objeto,entre linguagem e realidade objetiva,desmentindo o que eu tenho dito aqui.
Contudo um elemento me mantém no foco:o tempo.O tempo e o movimento são noções controversas até ao século XVIII e por causa disto a fisica e a matemática sempre tiveram a tentação da imobilidade e do “ encaixe”.
Mas a verdade é que mesmo no passado o tempo foi inegável e é ele que “ garante” a inadequação real entre sujeito/objeto.
A partir desta premissa nós entendemos o que foi dito acima:a matemática expressa estas diferenças infinitesimais e inventou um cálculo para isto.Mas ela não é senão uma “ perseguidora” da “ fuga cósmica”(Carl Sagan)e aí o abstrato e o concreto ,a matemática e a física de Poincaré provam a tendência a se unirem,na natureza e no pensamento humano,mas não realmente,porque o tempo é inalcançável,defintivamente inalcançável.
Vamos ver estes esquemas:
Os dois pontos tendem a se unir(como no filme).
Se os pontos se unissem o universo seria fechado e o movimento acabaria ou se inscreveria aos seus limites,não tendo resposta o que tem além deste “ fechamento”,que seria um bis idem ,um igual no igual,um moto continuo indiferenciado.
Como não é assim,ainda que estes pontos se tocassem continuariam se movendo no tempo,pelo tempo,pelo movimento que os inere.Admitindo que não existe “ nec plus ultra”.
Assim é mais verdadeiro:
o movimento fisico (apreensivel pela matemática)continua nesta linha (curva[respeitando sempre a curvatura do espaço/tempo]{mas o espaço é curvo e o tempo o quê?})
O vermelho representa a continuidade ,a tendência,a mudança,o tempo,o movimento,a diferença,o novo.
Mas nós podemos imaginar outras linhas,outras possibilidades e assim por diante:
Como eu disse em outros artigos os modelos de universo são variados,mas todos não jogam com a possibilidade de seu fechamento.
No
filme,quando o pai encontra a filha não existe fechamento,mas
aberturas.Se esta hipotese é real,entrando pelos “ buracos de
minhoca”,de Einstein,é possível encurtar as viagens
espaciais.
Mas por enquanto é tudo hipotese.Menos a de
Poincaré,que foi provada matemáticamente.
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