Dentro deste meu projeto,a que me referi no artigo anterior,intitulado meu projeto,é importante entender o método fenomenológico de Heidegger.
Sempre lembrando que a minha perspectiva é crítica:não entendo ser possível separar totalmente a ontologia do ôntico.Esta ruptura me é muito penosa de admitir.
Entender um ser que não se define por isto ou aquilo,mas como “ algo” ou um ente sem essências,um “universal vazio”,é muito dificil de admitir.
Mas mesmo assim,entendo que ,por abstração,nós não podemos acoplar uma essência única e definidora do ser e tal põe o problema de como trabalhar com este “ geral”,com este “Ser em geral”.
Aspiramos a um Ser em geral que se apresenta diante de nós,do dasein,o ente que compreende o fenômeno,de diversos modos.
O ente,que se apresenta de diversos modos(essências[?]),se mostra não como ele é em si mesmo.No artigo anterior eu terminei me referindo a este em si mesmo:este selbst (tão presente em Hegel)já nos reporta para a ontologia,a essência substantiva.Mas há um si mesmo na fenomenologia,que não se confunde com o da ontologia.
O ente que se mostra à moda de algo,tem um percurso de fenômeno,como algo que se mostra,mostrando-se(como aparência) ,no tempo.
Isto o diferência da ideia cientifica original do fenômeno,aquilo que aparece diante de nós a ser observado,mas algo que tem um percurso a ser investigado,um percurso que vai além da substância e das essências.E da aparência.
Heidegger dá o exemplo de “doença”:aquilo que consideramos como o fenômeno científico-médico da doença,é um conjunto de indicios,sintomas,que se modificam no tempo e aparentam uma coisa,podendo ser outra.
Até a definição do que ela é vai uma interpretação fenomenológica.
Para a fenomenologia ,a aparência é um não mostrar-se,no sentido do que aquilo que a fenomenologia procura.
Então aquilo que aprendemos como velado no ser,a substância,tem antes uma instância fenomênica,sob a aparência,que não é o fenômeno científico procurado,mas aparência.
Nós podiamos usar para a aparência o termo epifenômeno,de Kant.
Sob a aparência ,o fenômeno real da doença ,supondo,tuberculose,é um fenômeno próprio,além da aparência,mas não é uma substância,é também um ente,aquele que se põe como algo.o que se põe como algo,como aparência ,que é um não-mostrar-se ,a ser perquirido pelo método fenomenológico.
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