sábado, 28 de junho de 2025

As utopias absolutas II

 

Continuando o artigo anterior,Marx estabeleceu um paradigma semelhante ao da Revolução Francesa para a Revolução proletária,mas a história se desenvolve de diversas maneiras e no caso da revolução comunista,que se pretende a última,ela não visa o predominio de uma classe,como era o objetivo limitado da burguesia.

A utopia vem para libertar a humanidade e isto impõe limites antes e depois da revolução,se ela vem com as carcaterísticas de 1789.

Penso que uma revolução humanitária completa não virá de um cataclismo dese tipo,que não se resolve depois do ato de vontade.Casualmente pode acontecer,mas de modo geral,com as coisas como estão hoje,não há senão “ esperança” de que este acaso venha.

Na medida em que a classe operária ganha na sua luta,fica muito dificil para ela e para qualquer outro setor da sociedade,arriscar tudo num movimento deste tipo.

Marx imaginava que a classe operária tinha as condições de produzir abundância logo depois da vitória da revolução.Mas isto é discutível históricamente.Não se tem como saber se seria assim se a Comuna de Paris tivesse vencido.

O ponto nodal de uma revolução de tipo marxista é construir esta abundância imediatamente e garantir o tempo livre necessário para os trabalhadores,que poderão gradativamente se libertar da “ canseira diária” como diz Brecht em “Vida de Galileu”.

A questão se coloca nos dia de hoje e de sempre:é possível construir esta “ sociedade da abundância” ou “ afluente”.(?)

Dela depende a transformação em direção à utopia e pode começar no cotidiano,em vários momentos de consciência,não num só geral(que poderá advir eventualmente).

Mas mesmo assim não será mais um ato de vontade cataclismico,mas um processo.

Quando se diz isto nas hostes da esquerda ortodoxa parece indiferença ao sofrimento humano,que tem que ser abordado logo,mas eu penso que há como ser rápido numa processualística.



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