sexta-feira, 9 de março de 2018

As antinomias da ciência existem?



Toda a discussão sobre macrocosmo e microcosmo,na verdade,tem um quê de dialética e
as antinomias entre o saber físico e o matemático,entre a natureza de descoberta ou criação do conhecimento matemático e a permanência(causalidade)e acaso na relação relativística da matéria com a energia,expressam esta verdade.
Nos artigos anteriores fica clara uma questão que perturbou muitos espíritos,como Lênin diante de Ernst Mach(Materialismo e Empirocriticismo):o que precede o quê,a matéria ou a energia?O que é mais geral,a energia ou a matéria?O que é base ,a energia ou a matéria?
O Sr. Tyson ,herdeiro de Carl Sagan nos Estados Unidos,afirmou ,no programa” talk with stars”,que a maçã de Newton caiu não na matéria mas no campo magnético,na energia,pondo esta última na base.
Muitas questões e propostas derivam destas perguntas.Duas são premissas,se existem estas antinomias e como o relacionamento entre estes termos se dá.
Contudo, a questão lateralmente aventada da dialética,a oposição de  dois termos diferentes,mas no mesmo patamar ,recolocaria a verdade da dialética da natureza ,objetiva que eu tenho negado  ao lado de filósofos como Popper.Por isso a demonstração que eu faço é para confirmar esta minha convicção.
Um elétron que não está num lugar definido não serve de medida para localizar o outro,no que é a chave da mecânica quântica.Como falar de uma dialética com acasos deste tipo?Einstein,como panteísta,spinozista,podia admitir ,em seu pensamento,o inicio da dialética moderna,inserida no conceito da “Ética” “ omnia determinatio est negatio”,” toda determinação é negação”,que Hegel advertiu como sendo a pedra de toque da dialética.Quem não entendesse isto não entenderia a dialética.Mas como falar desta racionalidade,desta permanência na mudança, na mecânica quântica?
A matemática é descoberta ou inventada?Ela está na natureza ou é criada de diversas formas pelo homem?Nós temos falado na distinção entre número e numeral.Que num ser particular,seguindo Kant,nós extraímos o numeral 1,que na verdade não designa a coisa mesmo,mas não independe dela.Qualquer ser é constituído de muitas coisas que podem ser numeradas,mas o ser humano escolhe uma para designar o número e fazer a sua representação,o numeral.Uma bola de Tênis branca é constituída de várias matérias que podem ser designadas como unas:a cor branca,o tipo de material,os fios que ligam os gomos,o design, a procedência,isto sem falar nos seus átomos  constitutivos.Na natureza não existe o um separado dos outros “ uns”,mas ,a partir dela, o investigador pode abstrair uma destas unidades e fazer o número e o numeral.Então existe uma dialética do uno e do diverso como queria o nosso Caio Prado Júnior na sua “ Dialética do conhecimento”?Não,porque embora os gomos da bola se sustentem com os fios, esta relação é criada culturalmente pelos produtores do objeto.E a cor da bola não é parte essencial da “ condição” digamos assim,da bola de tênis.A dialética objetiva não está aqui.
Estas antinomias propostas são abstrações,talvez hierarquias, criadas pelo sujeito,que,no plano da consciência podem ser tidas como antinomias dialéticas,mas não no plano objetivo real.
As outras antinomias eu vou discutir nos próximos artigos.

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