quinta-feira, 15 de março de 2018

Pausa para fundamentar o meu trabalho



Gosto sempre de demonstrar aquilo que eu sou:um publicista,pesquisador,tão-somente.E como eu sou um ávido buscador de livros ,desde a tenra infância eu vivo buscando fundamentos,neles,para minha atividade.
Eu vou explicar mais uma vez a origem e os critérios do meu trabalho:eu sou como Lutero(mal comparando[kkkk]{não sei...}).A relação de Lutero com Deus era como a de todo mundo,a partir da intercessão da Igreja Católica medieval,profundamente hierárquica.Percebendo os vícios desta Igreja,suas contradições morais insolúveis,ele se fundamentou em Santo Agostinho,que afirmava a justificação pela fé e por via de consequencia defendendo a desnecessidade da intercessão e das obras ,para  chegar à graça de Deus.
Este movimento de Lutero,desejado por amplas massas que o seguiram,significou o nascimento do individuo moderno,dotado agora do direito de buscar os seus próprios caminhos em direção a Deus,interpretando a sua Palavra ,segundo o seu coração.
Eu tentei durante anos fazer o meu mestrado e doutorado e o que eu vi nas universidades foi só falcatruas.Não vou contar detalhes do que eu vi agora,porque é muita coisa,mas tudo me conduziu para a  conclusão de que eu não deveria continuar.
Com o tempo entendi que era meu direito fazer como Lutero e valorizar o meu amor pelos estudos e  prosseguir no meu intento de me tornar pesquisador e escritor.Ninguém tinha o direito de me proibir,de me impor a sua autoridade e me impedir de falar o que penso e (tentar)produzir conhecimento.Eu agi como o cidadão moderno,nascido com as 95 teses:a minha parte eu faço(assim disse Guevara quando foi para a Bolívia...).
Esta história de que só o que é produzido nas universidades,por quem tem diploma,tem validade,é falsa e é freqüentemente  desmentida pela história e pela vida(que é mais importante do que tudo e é o norte de qualquer pessoa que tem compromisso com ela[inclusive o estudioso]{e  todo o cidadão/trabalhador}).Geralmente quem está fora da universidade,da escola,é que inova.
A universidade foi criada para controlar a produção do conhecimento,porque conhecimento é poder.E eu gosto sempre de citar a frase de Anisio   Teixeira,patrono da educação brasileira(não Paulo Freire):” O homem aprende dentro da escola,fora da escola e apesar da escola” e eu,modestamente(mas firme)acrescento:estudar só na escola(como todo escolarino faz[conceito aprendido em cascadura{kkkk}])não adianta.Há que juntar a leitura dos livros com a leitura do “livro do mundo”(Descartes).
Tanto na relação com o estado quanto com o público o processo de representação deste individuo não é possível,integralmente,mas o cidadão/trabalhador é o real.O estado e o público são abstrações que procuram se aproximar o mais possível deste individuo cidadão/trabalhador,sem conseguir.Assim,em qualquer circunstância é este ente individual que sobrevive  e que é a célula de tudo.
Associei estes critérios com a minha formação marxista,especialmente no que tange à teoria da alienação,objeto de estudos futuros aqui(estou me preparando).Se nós somos,como pessoas comuns,tocados por produtos do conhecimento,que alteram,contra a nossa vontade(não raro),a nossa vida.Se nós corremos risco por causa destes conhecimentos(bomba atômica[guerra nuclear] )e de seu uso (na raro)irresponsável,temos o direito de,pelo esforço,conhecer,para nos defender,para atuar,para votar melhor e fazer a pressão qualificada sobre os governos,necessária e de direito.
No renascimento não havia esta barreira entre a autoridade gnosiológica e as artes e profissões populares.A nossa época,Weber mostrou,é racionalizada,no pior sentido da expressão,porque consagrou a distinção entre o trabalho intelectual e o braçal(que Anísio criticava e lutou,no Brasil,para superar).Só detém a autoridade quem está no estado,quem é reconhecido por ele,que supostamente representa a todos.Aí as interpretações críticas de Foucault sobre a inexistência do contrato social,são mais que cabíveis.Não tem esta representação.Isto é um truque de empoderamento,como se diz hoje.A pessoa que está no estado,como professor –doutor,mestre,tem mais preocupação com o poder do que com o conhecimento e o povo em geral se desinteressa,porque sabe que não vai chegar lá.Então a reprodução desta autoridade vazia se dá de maneira incontrastada e impede a produção do conhecimento, tão decisiva para um país industrial.
Eu não sou aqui autoridade.Procuro produzir mais conhecimento,por pequeno que seja,mas sempre partindo de outros pesquisadores.Eu faço estes artigos usando algo que não é propriedade de autoridade nenhuma:teorias,métodos,empiria,categorias.Ninguém ,por mais qualificado que seja é dono disto aí.Eu não consigo me fazer compreender.Há professores universitários que ganham um nome porque obrigam os seus alunos a citar as suas pretensas inovações à farta,sob pena de não serem aprovados e depois estas “inovações” são desmentidas.Muito tarde ,porque tais reputações já estão feitas.
Eu sempre fui ,como eu disse,um buscador de livros e os artigos sobre Nietzsche e Kant se basearam nestes itens que eu citei acima,mas,por dever de honestidade,que é um valor fundamental na minha vida e na minha atividade,eu busquei referências na internet.Pesquisadores que pensassem aproximadamente como eu: e eu encontrei!
Jay Raimond  Sucalski publicou uma tese em 1976 sobre a razão e a unidade da experiência em Nietzsche,que eu não conhecia,mas cujos conceitos batem com os meus.Eu vou comentar esta tese.
E o outro livro trata do meu artigo anterior sobre Kant:Charls Kirkland Wheeler “Real Realism VS fictious idealism” que aborda a distinção a que eu me referi.

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