Assim
como a matemática está para a Arquitetura,a lingüística está para a
Filosofia.No meu entender,no entanto,as quatro são disciplinas distintas
,correm separadamente e têm objetivos diferentes.
Ocorre
que hoje em dia as Universidades,na média(na média),fazem uma conexão
obrigatória no caso da filosofia(arquitetura eu não sei).Fazer filosofia é ter
um rigor lingüístico absoluto.
Não nego
a exigência de rigor,o uso da lingüística ,como saberes mais do que úteis,mas
este exclusivismo é mais um capitulo da construção de uma autoridade
universitária intocável.Mais uma tentativa ,através do conceito de “
profissionalização”,de afastar o mais possível o homem comum desta
atividade,que permeia a vida humana.
Acontece
que isto é negar a principal tarefa da Filosofia,representada pelo “ mocho de
Minerva”:a filosofia é como o mocho(coruja)de Minerva(Palas Atenéia),só levanta
vôo no crepúsculo.”Quando os homens dormem,a filosofia pensa sobre o que
fizeram,para lhes oferecer explicação,sentido,valores,à discricionariedade
deles.
Esta frase
significa o engajamento da filosofia na vida humana.Toda tentativa de sua
profissionalização não tem o direito de escapar desta “ função” histórica da
filosofia.
Mas em continuidade ao projeto do “ Rei-Filósofo”,do intelectual que governa,segundo Platão,se busca um conhecimento apartado do senso-comum.
Mas em continuidade ao projeto do “ Rei-Filósofo”,do intelectual que governa,segundo Platão,se busca um conhecimento apartado do senso-comum.
É
verdade que quando Gramsci afirma que “ todo homem é um pouco filósofo”,ele
está se referindo a uma atividade não técnica:igualar a todos no processo
rigoroso do pensar não é possível.
É
verdade que a passagem do conhecimento para o senso-comum gera terríveis qüiproquós,tanto
para os filósofos ,quanto para as pessoas “ comuns”(não sei o que é
isso[tratarei deste tema proximamente]).
Mas a
verdade final é que o conhecimento é uma experiência humana que não admite estes muros.Tal esforço de separação é
político,preconceituoso e elitista, e ,embora,impossível de realizar,convence a
muita gente de que o saber é inacessível.
É
impossível de realizar,porque em qualquer nível o conhecimento é humano .O que separa estes diversos
níveis é o esforço somente ,e as tentativas,como esta que eu estou
criticando,de criar muros impenetráveis,obedecem a finalidades estranhas ao
conhecimento.
Da mesma
forma ,o equilíbrio entre o rigor e as discussões mais livres,garante uma
profissionalidade que não afasta a humanidade.
Tudo é
uma questão de saber a proporção devida
no processo de conhecimento.Mas estes exageros,provindos de Heidegger,de
analisar frases,meses a fio,ou substituir a reflexão por análises lingüísticas,obedecem,no
seu desequilíbrio, ao propósito de domínio,de manipulação do senso-comum(ou a
sua recusa).
Alem do
mais, a Filosofia pode ter ares de discurso auto-referente(paranóico delirante
)quando confunde ciência e filosofia(Althusser no que tange à dialética
materialista[não sabe se é ciência ou
filosofia[embora diga ser esta última])ou quando aborda textos provavelmente
passadiços,como a Physica de Aristóteles.
Me
interessa fazer este equilíbrio e esta ligação com o “ homem comum”(como eu).
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