terça-feira, 20 de março de 2018

Minha relação com a Filosofia


Assim como a matemática está para a Arquitetura,a lingüística está para a Filosofia.No meu entender,no entanto,as quatro são disciplinas distintas ,correm separadamente e têm objetivos diferentes.
Ocorre que hoje em dia as Universidades,na média(na média),fazem uma conexão obrigatória no caso da filosofia(arquitetura eu não sei).Fazer filosofia é ter um rigor lingüístico  absoluto.
Não nego a exigência de rigor,o uso da lingüística ,como saberes mais do que úteis,mas este exclusivismo é mais um capitulo da construção de uma autoridade universitária intocável.Mais uma tentativa ,através do conceito de “ profissionalização”,de afastar o mais possível o homem comum desta atividade,que permeia a vida humana.
Acontece que isto é negar a principal tarefa da Filosofia,representada pelo “ mocho de Minerva”:a filosofia é como o mocho(coruja)de Minerva(Palas Atenéia),só levanta vôo no crepúsculo.”Quando os homens dormem,a filosofia pensa sobre o que fizeram,para lhes oferecer explicação,sentido,valores,à discricionariedade deles.
Esta frase significa o engajamento da filosofia na vida humana.Toda tentativa de sua profissionalização não tem o direito de escapar desta “ função” histórica da filosofia.
Mas em continuidade ao projeto do “ Rei-Filósofo”,do intelectual que governa,segundo Platão,se busca um conhecimento apartado do senso-comum.
É verdade que quando Gramsci afirma que “ todo homem é um pouco filósofo”,ele está se referindo a uma atividade não técnica:igualar a todos no processo rigoroso do pensar não é possível.
É verdade que a passagem do conhecimento para o senso-comum gera terríveis qüiproquós,tanto para os filósofos ,quanto para as pessoas “ comuns”(não sei o que é isso[tratarei deste tema proximamente]).
Mas a verdade final é que o conhecimento é uma experiência humana que não  admite estes muros.Tal esforço de separação é político,preconceituoso e elitista, e ,embora,impossível de realizar,convence a muita gente de que o saber é inacessível.
É impossível de realizar,porque em qualquer nível o conhecimento é humano .O que separa estes diversos níveis é o esforço somente ,e as tentativas,como esta que eu estou criticando,de criar muros impenetráveis,obedecem a finalidades estranhas ao conhecimento.
Da mesma forma ,o equilíbrio entre o rigor e as discussões mais livres,garante uma profissionalidade que não afasta a humanidade.
Tudo é uma questão de saber a  proporção devida no processo de conhecimento.Mas estes exageros,provindos de Heidegger,de analisar frases,meses a fio,ou substituir a reflexão por análises lingüísticas,obedecem,no seu desequilíbrio, ao propósito de domínio,de manipulação do senso-comum(ou a sua recusa).
Alem do mais, a Filosofia pode ter ares de discurso auto-referente(paranóico delirante )quando confunde ciência e filosofia(Althusser no que tange à dialética materialista[não sabe se é  ciência ou filosofia[embora diga ser esta última])ou quando aborda textos provavelmente passadiços,como a Physica de Aristóteles.
Me interessa fazer este equilíbrio e esta ligação com o “ homem comum”(como eu).

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