O
que me impressiona nesta história é que Freud conviveu a vida
toda com as irmãs ,o que prova que não houve ressentimento,com a
decisão do pai.
Em
que condições o ressentimento de uns com relação a outros é
diluível?A meu ver só se houver uma consciência coletiva da
natural diferença de capacidade inata dos homens(Locke).
Isto
se constrói pela educação e pela consciência que se tem deste
conceito,que é transmitido neste contexto logo de inicio às
famílias.
Mas
de modo geral,os povos,vivendo em extrema escassez,ao longo da
história,desenvolvem muito mais critérios de rapinagem,competição
e violência,do que de compreensão e nesta hora o favorecimento
reverbera como ressentimento nos outros,seja porque razões.
É
aqui neste ponto que penso que os caminhos de Marx e Freud se unem e
se distanciam.
Se
unem porque a problemática social que permite a compreensão da
desigualdade natural dos homens esté presente nos dois autores,muito
embora comentadores de Freud afirmem que Freud não reconhece o
significado psicosocial das neurores,privilegiando o
individual.Isto é parcialmente verdade.
E
eles se distanciam na medida em que Marx aborda mais o coletivo.
Mas
podem ser reunidos,se erros de ambos,se a parcialidade acima
demonstrada de ambos,for deixada de lado em nome da constatação de
que existem a individualidade e a coletividade interrelacionadas,num
processo que vai do ego ao eu e vice-versa,da experiência para a
consciência e vice-versa,sem rupturas ou com rupturas psicológicas.
O
comunismo,segundo Freud,falha quando não reconhece esta
individualidade,mas eu diria que é mais do que isto:embora o
comunismo se preocupe com a sociedade e procure as suas “
tonalidades”,as suas mediações,se rende à consideração falsa
de que a simples implantação do comunismo iguala os homens no seu
propósito mais elevado de distribuição equânime de riquezas e
possibilidade de sua fruição para todos.Isto não é assim uma
verdade imediata e não necessáriamente acaba com o critério
natural de desigualdade.
Antes
de chegar a este estado de coisas há que construir uma sociedade
capáz de entender a desigualdade natural dos homens ,inclusive e
pricnipalmente transferindo este conceito para as crianças,nos
primeiros anos,como fez o pai de Freud.
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