No
passado nós vemos sempre as máscaras representativas da comédia e da tragédia
separados por uma expressão de riso e de choro,respectivamente.
Como
sabemos ,contra todas as expectativas, Chaplin uniu estas duas coisas no seu personagem
,às vezes alegre e às vezes triste.
É
claro que estes momentos não estão igualados:Chaplin não existiria,bem como
esta sua proposta,se não fosse o riso.Há uma hierarquia e uma axiologia favorecendo o riso,mas... o
papel do choro é para fazer do riso algo mais do que ele é.
Este
modus operandi de Chaplin opõe duas atividades,considerando esta premissa.
Contudo
formas de realizar esta intersecção riso/choro não se resumem a esta
oposição(dir-se-ia dialética)chapliniana,mas apresentam variações.
A
forma chapliniana é repetida por Quentin Tarantino no seu filme Django Livre,principalmente
na sequencia da ku klux klan,mas em Nelson Rodrigues é um pouco diferente.
Porque
em meio às “ tragédias”,o riso as perpassa.O tempo todo.
É
lógico igualmente que o riso é a essência do trabalho de Nelson,havendo,no
entanto,uma paridade maior entre tragédia e comédia.
Diante
destas análises e constatações não há como negar que Nelson e Chaplin estão
interligados e que o riso ocupa função
idêntica àquela do inglês:o riso pode ser tudo,até engraçado.
No
caso de Nelson isto implica numa outra afirmação:Nelson não é um autor de
tragédias,mas de comédias gramáticas e/ou farsa,como uma vez pontuou o
professor de filosofia Gerd Bornheim.
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