quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Nelson Rodrigues E Chaplin

 

No passado nós vemos sempre as máscaras representativas da comédia e da tragédia separados por uma expressão de riso e de choro,respectivamente.

Como sabemos ,contra todas as expectativas, Chaplin uniu estas duas coisas no seu personagem ,às vezes alegre e às vezes triste.

É claro que estes momentos não estão igualados:Chaplin não existiria,bem como esta sua proposta,se não fosse o riso.Há uma hierarquia  e uma axiologia favorecendo o riso,mas... o papel do choro é para fazer do riso algo mais do que ele é.

Este modus operandi de Chaplin opõe duas atividades,considerando esta premissa.

Contudo formas de realizar esta intersecção riso/choro não se resumem a esta oposição(dir-se-ia dialética)chapliniana,mas apresentam variações.

A forma chapliniana é repetida por Quentin Tarantino no seu filme Django Livre,principalmente na sequencia da ku klux klan,mas em Nelson Rodrigues é um pouco diferente.

Porque em meio às “ tragédias”,o riso as perpassa.O tempo todo.

É lógico igualmente que o riso é a essência do trabalho de Nelson,havendo,no entanto,uma paridade maior entre tragédia e comédia.

Diante destas análises e constatações não há como negar que Nelson e Chaplin estão interligados e que  o riso ocupa função idêntica àquela do inglês:o riso pode ser tudo,até engraçado.

No caso de Nelson isto implica numa outra afirmação:Nelson não é um autor de tragédias,mas de comédias gramáticas e/ou farsa,como uma vez pontuou o professor de filosofia Gerd Bornheim.

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