domingo, 1 de dezembro de 2024

Porque falo tanto em Utopia

 

Porque me filio ao pensamento de Marcuse  que pontificou no final dos anos 50 que a propositura, ir do socialismo utópico ao científico(Engels)tinha fracassado na URSS e que agora era ir do acabado “ socialismo científico”(se existiu um)para formas várias de utopia.

Na verdade tanto o conceito de comunismo quanto o d e utopia(obviamente)são polissêmicos e não absolutamente previsíveis.

Um comunismo que crie um tempo livre ,como eu pontuei no artigo anterior ,pode ter um viés religioso,mas também incorporar  ou manter  algo do passado ,como empresas privadas e dinheiro.

Desde o surgimento do comunismo e do socialismo modernos a pluralidade de modelos está sempre presente.A Revolução Russa,se portando como única via da utopia ,escondeu este fato ,que está desde o nascedouro.

Existem diversos socialismos e comunismos,no âmbito da teoria e no da sociedade mesmo,porque várias religiões preconizam formas de comunismo,como eu tenho narrado aqui.

Em “Três fontes do comunismo” Lênin apontou:a politica francesa,a economia inglesa e a filosofia dialética alemã.Não obstante convergirem ,cada uma delas divisa um caminho possível de realização da utopia:pela politica,com mais ou menos liberdade,por uma nova forma de economia,favorável a todos e por uma filosofia,mais fechada ou mais livre.

E hoje,na China,a divisão entre um sistema socialista e outro capitalista reconhece as diversas legitimidades envoltas no problema da utopia:a liberdade individual,desigualitária  e o igualitarismo coletivista(de sempre).

Uma nova forma virá consagrando estes dois direitos?Ser individual e coletivo ,sem anátema?

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