segunda-feira, 25 de março de 2024

A real definição de Hegel

 

É um erro que deriva da análise leiga de Marx sobre o seu mestre,dizer que ele  era idealista , “idealista objetivo”.

Esta definição não tem significado nenhum e  é consequencia de atribuir extrema importância às tentativas de Hegel de colocar Deus no movimento dialético do Ser.

Tal tentativa no filósofo alemão chega a ser inacreditável e oportunista(de acordo com os objetivos políticos de Hegel).

Porque é lógico que não dá para juntar este Deus cristão bíblico  com o movimento.Não vou aqui repetir os argumentos antigos sobre esta impossibilidade,mas ou Deus é movimento e é portanto igual ao movimento do Ser ou se não é movimento tem que ser algo difícil de definir para interagir(no mínimo)com o mundo,sendo diferente dele.

Esta transcendência ou transcendentalidade fez com que fosse definido como idealista,isto é,alguém que entende o Ser como proveniente de uma Idéia,a Idéia Absoluta.Isto é parcialmente verdade.Mas com as observações acima é só desconhecer este conceito um pouco confuso de definir(porque não se sabe se ele é a idéia de um Deus separado do Sujeito Cognoscente ou os dois, subjetividade e objetividade integrados[Porque só se entende esta questão toda de Deus,o “ deus dialético”,pela subjetividade])e só analisar o Ser em geral onde está o conceito de matéria,que Marx pespegou ,ignorando os problemas filosóficos em torno dele.

Porque dizemos matéria só estamos constatando algo.Para dizer tudo que tem a ver com a matéria  outros conceitos devem ser trazidos ,numa hierarquização kantiana não reconhecida.Uma hierarquização axiológica.

O conceito de Ser,o conceito básico e profissional da Filosofia,resolve provisoriamente (e  monisticamente)a questão da definição do objeto da filosofia e da de Hegel.

Não se pode dizer também que Hegel é um materialista ,pois no conceito de Ser o materialismo é só uma parte,mas idealista da mesma forma,porque ,como já dissemos ,há esta relação ambígua entre o sujeito e o objeto,na integração proposta pela dialética.

Ainda que Hegel realmente tenha tocado o materialismo na “ Filosofia do direito”(reconhecido por Marx)não há como dizer que ele enveredaria pelo mundo real,identificando-o com a matéria,como fez seu maior disicipulo.

A sua definição portanto ,fica entre a subjetividade,como parte do real e o reconhecimento de uma objetividade,tudo integrado no Ser,pelo movimento,pela dialética.

Hegel está mais próximo do dualismo,de Aristóteles, mutatis mutandi .

Os manuais soviéticos seguindo os erros iniciais de Marx(de que eu vou tratar depois)valorizam algo sem fundamento e acabam(como Marx)criando uma pseudo ciência dialética,identificada com a matéria ,que não é senão consciência falsa.Cientificismo.

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