É
um erro que deriva da análise leiga de Marx sobre o seu mestre,dizer que ele era idealista , “idealista objetivo”.
Esta
definição não tem significado nenhum e é
consequencia de atribuir extrema importância às tentativas de Hegel de colocar Deus
no movimento dialético do Ser.
Tal
tentativa no filósofo alemão chega a ser inacreditável e oportunista(de acordo
com os objetivos políticos de Hegel).
Porque
é lógico que não dá para juntar este Deus cristão bíblico com o movimento.Não vou aqui repetir os
argumentos antigos sobre esta impossibilidade,mas ou Deus é movimento e é
portanto igual ao movimento do Ser ou se não é movimento tem que ser algo difícil
de definir para interagir(no mínimo)com o mundo,sendo diferente dele.
Esta
transcendência ou transcendentalidade fez com que fosse definido como idealista,isto
é,alguém que entende o Ser como proveniente de uma Idéia,a Idéia Absoluta.Isto
é parcialmente verdade.Mas com as observações acima é só desconhecer este
conceito um pouco confuso de definir(porque não se sabe se ele é a idéia de um
Deus separado do Sujeito Cognoscente ou os dois, subjetividade e objetividade
integrados[Porque só se entende esta questão toda de Deus,o “ deus dialético”,pela
subjetividade])e só analisar o Ser em geral onde está o conceito de matéria,que
Marx pespegou ,ignorando os problemas filosóficos em torno dele.
Porque
dizemos matéria só estamos constatando algo.Para dizer tudo que tem a ver com a
matéria outros conceitos devem ser
trazidos ,numa hierarquização kantiana não reconhecida.Uma hierarquização axiológica.
O
conceito de Ser,o conceito básico e profissional da Filosofia,resolve provisoriamente
(e monisticamente)a questão da
definição do objeto da filosofia e da de Hegel.
Não
se pode dizer também que Hegel é um materialista ,pois no conceito de Ser o materialismo
é só uma parte,mas idealista da mesma forma,porque ,como já dissemos ,há esta
relação ambígua entre o sujeito e o objeto,na integração proposta pela
dialética.
Ainda
que Hegel realmente tenha tocado o materialismo na “ Filosofia do direito”(reconhecido
por Marx)não há como dizer que ele enveredaria pelo mundo real,identificando-o
com a matéria,como fez seu maior disicipulo.
A
sua definição portanto ,fica entre a subjetividade,como parte do real e o
reconhecimento de uma objetividade,tudo integrado no Ser,pelo movimento,pela
dialética.
Hegel
está mais próximo do dualismo,de Aristóteles, mutatis mutandi .
Os
manuais soviéticos seguindo os erros iniciais de Marx(de que eu vou tratar
depois)valorizam algo sem fundamento e acabam(como Marx)criando uma pseudo
ciência dialética,identificada com a matéria ,que não é senão consciência
falsa.Cientificismo.
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