Eu
coloquei o nome de Marx entre parêntesis porque muita gente que lê os meus
artigos sobre O Capital pensa que é sobre o capital em geral (kkk)e se
atrapalha na sua compreensão(kkk).
Todo
mundo sabe(?)que Marx era materialista e todo materialista,de modo geral,é
imanentista,principalmente porque seguia a visão de Espinoza.
Contudo
esta aparente “ vantagem” básica filosófica de Marx,é duvidosa.Porque a partir da análise imanentista do
capital(agora é capital mesmo[kkk])e a caracterização da mais-valia decorrente,
se tem o entendimento de que só aquele trabalho que produz mais-valia é “
produtivo” e legitimo na hora de construir o comunismo.
Contudo
a utilidade ,o valor/utilidade,não acaba como problema(e solução).A concepção econômica
de Marx é inteiramente negativa quanto ao mercado,que ele chama de “ área do
vilipêndio”,da “roubalheira universal”.Ele é romântico e muito parecido
É
neste sentido que ele calca tudo na questão da produção,que como eu já
expliquei deriva de sua concepção materialista herdada de Hegel (Filosofia do
Direito)do “ sistema de carências”.Só a
capacidade produtiva,daquilo que é essencial à vida tem legitimidade.
Contudo,repito,o
problema da escolha e da produção para o mercado não acaba e cria uma mediação
de transcendência à explicação da produção de mercadorias.
O
mercado transcende a este processo de produção imanente.Ele é uma instancia que
depende só da escolha(liberal)das pessoas em produzir e vender.
O
que supõe que no comunismo sonhado por Marx tal escolha desaparecerá?Por isso
disse uma vez que que Marx era protestante quando diagnosticava os males do
capitalismo,mas era católico no processo da revolução e construção da utopia.Porque
na sua utopia os homens não se preocupam com dinheiro e com o mercado,coisas
que o catolicismo deplora e controla(na última encíclica[ou bula?]do Papa João Paulo
II,ele disse que o capital só tem validade como investimento e não como entesouramento,numa
decisiva dissensão com o portetsantismo){Marx não defendia o dinheiro e o
entesouramento}).
Parece
que só uma certeza mística,religiosa até,fá-lo (a Marx)acreditar(bem como a outros,seus
seguidores)neste conceito.
Nada
justifica pensar que no futuro tal não possa acontecer:a permanência do
mercado.E por aí a única forma de garantir uma igualdade entre os homens(o
escopo do comunismo)é aumentando a produção para criar estas condições de igualdade.
Eu
já me referi ao fato de que a igualdade absoluta não existe,sendo uma ilusão,entre
outros, de Rousseau.Tudo indica que na utopia se conseguirá diminuir a
distância,porque os problemas derivativos da pura igualação se farão sentir do mesmo modo que agora,evidente que com menos
violência e consequências.Espero.
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