sexta-feira, 15 de março de 2024

O transcendente em O Capital(de Marx) E seu efeito sobre o trabalho produtivo

 

Eu coloquei o nome de Marx entre parêntesis porque muita gente que lê os meus artigos sobre O Capital pensa que é sobre o capital em geral (kkk)e se atrapalha na sua compreensão(kkk).

Todo mundo sabe(?)que Marx era materialista e todo materialista,de modo geral,é imanentista,principalmente porque seguia a visão de Espinoza.

Contudo esta aparente “ vantagem” básica filosófica de Marx,é duvidosa.Porque  a partir da análise imanentista do capital(agora é capital mesmo[kkk])e a caracterização da mais-valia decorrente, se tem o entendimento de que só aquele trabalho que produz mais-valia é “ produtivo” e legitimo na hora de construir o comunismo.

Contudo a utilidade ,o valor/utilidade,não acaba como problema(e solução).A concepção econômica de Marx é inteiramente negativa quanto ao mercado,que ele chama de “ área do vilipêndio”,da “roubalheira universal”.Ele é romântico e muito parecido

É neste sentido que ele calca tudo na questão da produção,que como eu já expliquei deriva de sua concepção materialista herdada de Hegel (Filosofia do Direito)do  “ sistema de carências”.Só a capacidade produtiva,daquilo que é essencial à vida tem legitimidade.

Contudo,repito,o problema da escolha e da produção para o mercado não acaba e cria uma mediação de transcendência à explicação da produção de mercadorias.

O mercado transcende a este processo de produção imanente.Ele é uma instancia que depende só da escolha(liberal)das pessoas em produzir e vender.

O que supõe que no comunismo sonhado por Marx tal escolha desaparecerá?Por isso disse uma vez que que Marx era protestante quando diagnosticava os males do capitalismo,mas era católico no processo da revolução e construção da utopia.Porque na sua utopia os homens não se preocupam com dinheiro e com o mercado,coisas que o catolicismo deplora e controla(na última encíclica[ou bula?]do Papa João Paulo II,ele disse que o capital só tem validade como investimento e não como entesouramento,numa decisiva dissensão com o portetsantismo){Marx não defendia o dinheiro e o entesouramento}).

Parece que só uma certeza mística,religiosa até,fá-lo (a Marx)acreditar(bem como a outros,seus seguidores)neste conceito.

Nada justifica pensar que no futuro tal não possa acontecer:a permanência do mercado.E por aí a única forma de garantir uma igualdade entre os homens(o escopo do comunismo)é aumentando a produção para criar estas condições de igualdade.

Eu já me referi ao fato de que a igualdade absoluta não existe,sendo uma ilusão,entre outros, de Rousseau.Tudo indica que na utopia se conseguirá diminuir a distância,porque os problemas derivativos da pura igualação se farão sentir  do mesmo modo que agora,evidente que com menos violência e consequências.Espero.

 

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