É sempre uma pretensão estabelecer
para qualquer coisa uma base definitiva,um fundamento definitivo,uma medida
irretocável(ad infinitum).
Tolstoi em seu grande livro “Anna
Karenina” ,começa desta forma(reproduzo de cabeça): “Cada família é feliz do
mesmo modo,mas sofre à sua maneira”.
Este é um principio
filosófico,moral,psicológico,que explica muito do que é a humanidade:o
sofrimento,como noticia ruim, chama mais a atenção do que a felicidade.O mundo
fica “chato” com todo mundo feliz.Não há motivo para escrever romances...e tal.
É uma contradição que eu discuto
sempre no escaninho literário e de crítica e que continuarei fazendo,mas agora o meu
escopo é a questão de como entendo que a
família deve ser.Como é o caminho para ela o ser(feliz).
Não é uma base definitiva e que
certamente nem todo mundo aceita ,mas que eu considero pelo menos como a média
do comportamento familiar,pelo qual não s e retorna ao sofrimento ou não se cai
nele de novo.
A mediação decisiva desta
questão é a relação entre pais e filhos.
Ao ver o filme bem razoável
sobre Maria Antonieta de Sofia Coppola me lembrei dos estudos de história que
demonstram que nas sociedades arcaicas era assim que funcionava:filho de peixe
peixinho é.E a forma de garanti-lo se vê no filme,numa cena que eu descrevo de
novo:Maria Antonieta acorda no horário definido pelo “coletivo” de sua época,monarquia,igreja
católica,estes monstros;realiza todos os rituais da manhã,à vista de todos,inclusive
as necessidades essenciais.Depois,é assim até voltar para a cama de noite,com
algumas exceções eventuais em festas e reuniões.
Lembrando de Foucault,aparentemente
estas práticas foram superadas pela Revolução Francesa,que é a Revolução dos filhos
contra os pais (como geralmente toda a revolução é)
Mas não em todos ao países e até hoje,pelo menos no nível da consciências
e das práticas decorrentes:ainda se vê um esforço dos pais para determinar o
que os filhos devem fazer.
Numa época,no entanto,de cada
vez mais liberdade ou numa sociedade fundamentalmente dinâmica,voltada para o futuro,estes esforços
arcaicos só distorcem o real e causam os problemas da família no mundo de
hoje.Não só isto,mas dentro da família este é um dos fatores.
A medida da liberdade é simples:basta
ver os fundamentos.
Enquanto os filhos são incapazes
os pais os “ comandam”,mas segundo a lei ,a ordem moral,que os “ orienta
também” . E quando os filhos adquirem progressivamente capacidade eles
passam a ser iguais aos pais,os quais têm que reconhece-lo ,havendo apenas o
dever de respeito aos mais velhos,à sua eventual decadência física ou mental(mas
não necessariamente)e cuidados em relação a eles. Mas não dependência,de
ninguém.
E a saída dos filhos que não é
obrigatória ,mas decorrente de seus desejos,é total ,como corolário da
liberdade.
Os pais não teriam este
direito?Certamente,mas levando em conta os direitos dos filhos,se estes
seguissem estes princípios supra-ditos.
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