(b) partindo do suposto que
nosso conhecimento de experiência se guie pelos objetos como coisas em si,
o incondicionado “não pode ser pensado sem contradição”;
Agora eu prossigo na análise do
pensamento de Kant,passando para o item b.
Este item nos coloca em confrontação
direta com a dialética do Ser e da Natureza ,em Hegel e em Marx e Engels.Vamos
ver.
Se nós aceitarmos as coisas em
si(ding an sich)aquilo que é incondicionado “ não pode ser pensado senão
em contradição”(termos de Kant).
Vamos aplica-lo ao fulcro do
pensamento dialético de Hegel,que expliquei em um livro e em artigos:
Para Hegel(e seus seguidores)tem
que haver uma relação real entre o Ser e o não Ser,porque certas
contraposições não ficariam explicadas.
O exemplo clássico de Hegel é
este:se não houvesse esta dialética real o problema do finito e do infinito não
seria explicável.
Hegel afirma que havendo
separação entre um termo e outro o infinito não teria explicação como sucessão
de finitudes,ad infinitum.E o finito seria algo aleatório ,sem finalidade e sentido
.
Os dois,como outras dicotomias,só
se explicam juntos e admitindo uma contradição na representação,ou seja,admitndo que o
mundo,o Ser,a natureza,tudo,se move por contradições (infinitas).
Mas como vimos no primeiro item
de Kant ,tal é falacioso,porque não se prova esta contradição no Ser.É uma “
assertiva improvável”.A razão não prova que a realidade existe.Ela é percebida
e manipulável pela experimentação(cientifica) e pela aquisição na memória de
fatos que se tornam experiência ,o saber sabido.
Por razões que analisaremos em Hegel
,este filósofo ,para explicar a mudança não admitia as teses de Kant.Sem a
dialética,para ele,não haveria como explicar o movimento do Ser.Depois nos
ateremos a isto.
A representação pespega apenas
uma parte do real,uma parte momentânea e organiza(condiciona)os fenômenos e
fatos,não incidindo contradição(explicativa porque real)senão aquelas que
derivam da consciência humana,desta consciência “organizativa”,digamos assim,não
teriam sentido,no que é o inicio das críticas de Proudhon e de Sartre à “ Razão
Dialética”em Hegel/Marx(e Engels).
Foi neste ponto que a critica de
Bohm-Bawerk ao Capital se escudou:não existe prova das relações dialéticas
propostas por Marx na sua obra-prima,sendo “O Capital” teórico e
interpretativo.
Para concluir ,lendo a última frase
de Kant no item b:Uma coisa incondicionada
só se explicaria em contardição com outra,a partir de outra.
Mas não vamos além disto aí
hoje.Até amanhã,se Deus quiser.
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