domingo, 10 de março de 2024

Natura non facit saltum

 

Na medida em que não há uma racionalidade absoluta do mundo,a  não ser uma sua racionalização subjetiva,esta proposição antiga  tem como ser deslindada.

Se o casual é casual mesmo,de per si ,não porque fazer um relacionamento entre estes dois termos,porque como venho explicando no que diz respeito ao nexo dialético Hegel/Marx,se o casual só se define pelo causal  não o é mais,nem no rela ,nem no discurso.

Aplicando à proposição latina nós vemos que o “ facit saltum” é o casual,aquilo que acontece casualmente,uma mudança de qualidade repentina e súbita que muda o real.

O “ non facit saltum” diz respeito ao causal,à determinação constante entre os diversos elementos ,os quais não envolvem o casual,o risco,o repentino e súbito.

Se o casual se torna dominante há uma desagregação geral e caótica do real.Que só é compreendida como tal e não racionalizável,de  modo nenhum.

No século passado alguns autores viram no caos,na desagregação ,a possibilidade pura,real ,de que algo venha a ocorrer.

No plano da física não se sabe desta possibilidade,mas no plano psicológico,cultural,subjetivo e interpretativo,até certo ponto ,as possibilidades de (re-)construção do discurso é grande.

Neste aspecto o casual se transforma eventualmente em causal ,mas não se pode ,por isso,diluir a sua condição no causal .

O risco ,como manifestação do casual,há que ser reconhecido,mas não racionalizado porque senão legitima uma certa irresponsabilidade .

Tratarei desse problema em próximo artigo.

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