segunda-feira, 25 de março de 2024

Os quatro santos da Russia Os conselhos de Dostoievski Para a esquerda em geral e brasileira em particular

 

Em seu romance “ os demônios”,logo no inicio,um seu personagem,Chatov brada contra os intelectuais russos: “Não se pode amar o que não se conhece, e eles não entendiam patavina do povo russo! Eles todos, assim como o senhor, faziam vista grossa ao povo russo, sobretudo Belínski, e aquela mesma carta dele para Gógol deixa isso bem claro(...)”.

Esta afirmação é uma das coisas mais importantes do movimento social,desde o século retrasado(incluindo socialistas e comunistas):de modo geral este movimento sempre desconheceu as condições dos povos e se moveu por um impulso de vontade de tomar o estado ,sob as mais diversas justificativas e interesses difusos(para não dizer eventualmente escusos).

O marxismo me pareceu desde sempre um movimento baseado no conhecimento do real.Quem lê meus artigos sabe que não penso mais assim.

Contudo, ainda vejo que ,em essência,o pensamento de Marx , na sua origem,nunca se deixou levar por este voluntarismo,que é visto nos nazistas(o Triunfo da Vontade).

Mostro frequentemente esta base e a recupero diuturnamente.Mas então porquê o marxismo ficou refém disto aí?(além de outros setores do movimento?)

Eu já dei as respostas a esta pergunta.Eu a fiz de novo para ressaltar algo que permanece em todo lugar e especialmente no Brasil:aqui como em muitos lugares o militante de vanguarda importa modelos  de fora,porque não estuda a sua realidade e não o faz porque no mínimo constatará que há diante dele um longo caminho para ser aceito e mudar a sociedade(se o for).

Assim ele prefere se identificar com Mao-Tsé-Tung,Marx,Fidel Castro e esconder a sua intenção autoritária numa tomada do estado,que supostamente solucionaria os problemas do povo.

Hitler disse  ao ministro Ribentrop ,após invadir a Polônia,que ninguém ia se  importar com o fato ,depois de os alemães vencerem. Tudo se normalizaria e naturalizaria como fait Acompli .

A vanguarda comunista ,baseada na concepção Marxista e Luckacsiana da “ consciência de classe”,pensa que depois da tomada do estado e distribuição dos bens escassos produzidos pelos mais desfavorecidos,os convencerá,bem como a todos,da justeza de sua iniciativa voluntária.

Mas isto não é bem assim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário