Outras reflexões eu faço
aqui sobre esta questão.Ser
social-democrata não quer dizer anti-comunista ou muito menos anti-utopia.
No
período inicial da Revolução Portuguesa Mario Soares afirmou num discurso que o
objetivo dos socialistas era idêntico ao dos comunistas, “uma sociedade sem
classes”,mas através da democracia.
A
esquerda radical,e os comunistas entre eles,sempre jogou sobre certas figuras
históricas uma pecha geral de incompetência,burrice,imbecilidade,porque elas
não fizeram o que ela queria.
É
assim com Napoleão III,de quem se esperava uma revolução, e que foi chamado,por
não fazê-la,de “cérebro de toucinho”, “sobrinho do tio”,por Marx ou de “pequeno”,por
Vitor Hugo.
E
também no caso de Mario Soares ,por não aceitar a imposição destes radicais.
Mas
os caminhos da utopia são mais complexos e por isto mais variáveis do que se imagina,do
que imaginam os comunistas,que não são donos da vida e da história coisa
nenhuma.Ninguém é dono nem de si mesmo,porque não há previsibilidade nem do
momento em que partimos para o outro mundo.
A
construção da utopia,portanto,é um processo que se faz fazendo,no cotidiano e
não considerando necessariamente o nosso tempo de vida,como disse uma vez
Erundina.
Partindo
desta premissa nós temos que mudar um pouco o que os próceres do comunismo
pensavam ser verdade no passado:ninguém pode afirmar que o dinheiro não será
útil no futuro;e a idéia comunista é perfeitamente legitima se a entendermos “por
cima”,distribuindo a riqueza por todos e não dividindo a miséria.
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