Agora
para mim faz bastante sentido a metafísica de Aristóteles.Na parte inicial,que
é a que todo mundo conhece,há a definição de Filosofia.
Mas
na segunda parte,que é a crítica de Aristóteles aos seus antecessores e dentre
eles,principalmente Platão,seu mestre,é que se vê o albor da sua concepção
original,nova:como Aristóteles é um analista do mundo real,sendo inclusive um
médico(tal era possível no seu tempo),diverge totalmente das visões idealistas
do passado,começando com os pré-socráticos e fundamentalmente de Platão,com sua
teoria das Ideías e Formas perfeitas.
Como
Aristóteles se separa de seu mestre e como alça vôo com o seus próprios pés?
A
representação ideal do mundo(o mundo sub lunar)não o esgota de modo
nenhum,porque “ sob” ele há uma substancia que participa da definição de todo o
Ser.
A
essência de algo em Aristóteles está indissoluvelmente ligada a esta substância(sub+stanz=aquilo
que está sob o Ser[velado]{oculto}) e aí as reflexões do estagirita são no
sentido de como conectar a representação(as idéias,as formas)com a
substância,identificando as consequencias desta ação.
Substância
em Aristóteles significa matéria.Pode-se dizer que ele era um “ materialista”,até
certo ponto(depois veremos estas classificações).
Mas
o que ele nota e defende é que neste processo de representação do real o caráter extensivo da substância não permite
esta adequação(absoluta) que a teoria
das idéias e dos princípios atesta.
A
idéia de unidade não é possível num mundo real extenso e substantivo.
Nós
falamos em artigo anterior que a idéia de Ser em Aristóteles se resume na
palavra ousia ,que é a distinção abstraída
do real ,do movimento(no sentido aristotélico[as formas] do real.
Mas
esta ousia ,Ser,não é senão um momento da substância que não pode ser
medido por si mesmo,mas na relação com a sua extensão e nem pode s e relacionar
com a representação formal e ideal que a define.
Aqui
em Aristóteles,neste passo,se desenvolve parte significativa da filosofia ocidental
e fica claro como a Metafisica é base
futura e constante do seu fundamento(e do pensamento de Aristóteles).
A
concepção futura da prhonesis ou prudentia
está contida aqui:o conceito “ a virtude está no meio”,entre a “falta e o
excesso” está já in limine aqui.
A
compreensão do Ser ( e tudo o mais)é esta passagem pela extensão da substância
em que nem a medida pode ser substância(sem a forma),nem o relativo (a relação
com a forma)expressa de uma vez só,monisticamente(critica aos pré-socráticos)todos
os elementos do Ser:substância,potência,ato.
Razão
porque a matéria em Aristóteles não é primária(relativizando o seu
materialismo),mas secundária ,como elemento que sustenta o Ser,mas não é
explicável por si mesmo(alguns materialistas “ modernos” deviam entender isto
aqui),senão com estas categorias supra-ditas.
Quando
eu digo “matéria”,não estou, a rigor,dizendo nada,apenas um principio,do qual outros
derivam.
Quando
eu digo “mesa”,estou me referindo a algo que está num momento especifico,o qual
poderá deixar de ser depois,pela geração e
corrupção das coisas.
O
desgaste do móvel muda a forma que gerará outro Ser ,a ser definido
diferentemente.
Os
materialismos dialético e histórico pensaram ser possível extender a matéria,na
sua definição por si mesma,mas tiveram que fazer,sem fundamento,algo já
preconizado por Aristóteles.
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