segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

Leitura de Aristóteles Metafísica

 

Agora para mim faz bastante sentido a metafísica de Aristóteles.Na parte inicial,que é a que todo mundo conhece,há a definição de Filosofia.

Mas na segunda parte,que é a crítica de Aristóteles aos seus antecessores e dentre eles,principalmente Platão,seu mestre,é que se vê o albor da sua concepção original,nova:como Aristóteles é um analista do mundo real,sendo inclusive um médico(tal era possível no seu tempo),diverge totalmente das visões idealistas do passado,começando com os pré-socráticos e fundamentalmente de Platão,com sua teoria das Ideías e Formas perfeitas.

Como Aristóteles se separa de seu mestre e como alça vôo com o seus próprios pés?

A representação ideal do mundo(o mundo sub lunar)não o esgota de modo nenhum,porque “ sob” ele há uma substancia que participa da definição de todo o Ser.

A essência de algo em Aristóteles está indissoluvelmente ligada a esta substância(sub+stanz=aquilo que está sob o Ser[velado]{oculto}) e aí as reflexões do estagirita são no sentido de como conectar a representação(as idéias,as formas)com a substância,identificando as consequencias desta ação.

Substância em Aristóteles significa matéria.Pode-se dizer que ele era um “ materialista”,até certo ponto(depois veremos estas classificações).

Mas o que ele nota e defende é que neste processo de representação do real  o caráter extensivo da substância não permite  esta adequação(absoluta) que a teoria das idéias e dos princípios atesta.

A idéia de unidade não é possível num mundo real extenso e substantivo.

Nós falamos em artigo anterior que a idéia de Ser em Aristóteles se resume na palavra ousia ,que é  a distinção abstraída do real ,do movimento(no sentido aristotélico[as formas] do real.

Mas esta ousia ,Ser,não é senão um momento da substância que não pode ser medido por si mesmo,mas na relação com a sua extensão e nem pode s e relacionar com a representação formal e ideal que a define.

Aqui em Aristóteles,neste passo,se desenvolve parte significativa da filosofia ocidental e fica claro como a Metafisica é  base futura e constante do seu fundamento(e do pensamento de Aristóteles).

A concepção futura da prhonesis  ou prudentia está contida aqui:o conceito “ a virtude está no meio”,entre a “falta e o excesso” está já  in limine aqui.

A compreensão do Ser ( e tudo o mais)é esta passagem pela extensão da substância em que nem a medida pode ser substância(sem a forma),nem o relativo (a relação com a forma)expressa de uma vez só,monisticamente(critica aos pré-socráticos)todos os elementos do Ser:substância,potência,ato.

Razão porque a matéria em Aristóteles não é primária(relativizando o seu materialismo),mas secundária ,como elemento que sustenta o Ser,mas não é explicável por si mesmo(alguns materialistas “ modernos” deviam entender isto aqui),senão com estas categorias supra-ditas.

Quando eu digo “matéria”,não estou, a rigor,dizendo nada,apenas um principio,do qual outros derivam.

Quando eu digo “mesa”,estou me referindo a algo que está num momento especifico,o qual poderá deixar de ser depois,pela geração e  corrupção das coisas.

O desgaste do móvel muda a forma que gerará outro Ser ,a ser definido diferentemente.

Os materialismos dialético e histórico pensaram ser possível extender a matéria,na sua definição por si mesma,mas tiveram que fazer,sem fundamento,algo já preconizado por Aristóteles.

 

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