Um
dos livros mais importantes de Platão para mim como professor e acho que para
todos os professores,é o diálogo “Protágoras”,que versa sobre o ensino da
virtude,se a virtude pode ser ensinada.
No
final da leitura deste diálogo chego à conclusão de que,tal como hoje,na época
em que foi escrito,o seu autor não tem condições de por ordem na aleatoriedade
da vida humana.
Depende
muito do casual(olha ele aí)se a virtude pode ser ensinada ou não.
Exceto
por algo que eu já ressaltei nos artigos anteriores,Platão,como nós,não sai
desta verdade acabrunhadora:se a pessoa a ser ensinada não o quiser não adianta
a ajuda de outrem ,mas o que gera a discussão é o fato empírico de que ás vezes
a ajuda de uma pessoa é fundamental para esta outra querer sair dos problemas
em que entrou.
Em
nosso tempo de drogas e vícios alguns exemplos são conhecidos ,de pessoas que
só conseguiram sair do seu acuamento sabendo que perto estavam apoiadores confiáveis:Nelson
Gonçalves e Miles Davies são exemplos conhecidos.
Dialeticamente
poderíamos perguntar se a decisão libertadora foi da pessoa mesmo ou dependeu
desta certeza externa.Se esta certeza não estivesse,a pessoa tomaria a decisão?
Em
última instância ,como solução psico-axiológica desta proposição,fica claro,no
entanto,que se o “inadequado” não s e empenhar nada evolui.A decisão tem que
ser do doente ou do desajustado.
O
que marca pelo menos um limite da discussão.
Platão
,que era um filósofo extremamente comprometido com objetivos de poder e de
classe,chegou à conclusão de que o ensino da virtude não era possível,o que
justificava a permanência da escravidão,entre outras instituições e colocava na
aristocracia “estudada” o papel auto-arrogado de dirigente.
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