segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

O Protágoras de Platão

 

Um dos livros mais importantes de Platão para mim como professor e acho que para todos os professores,é o diálogo “Protágoras”,que versa sobre o ensino da virtude,se a virtude pode ser ensinada.

No final da leitura deste diálogo chego à conclusão de que,tal como hoje,na época em que foi escrito,o seu autor não tem condições de por ordem na aleatoriedade da vida humana.

Depende muito do casual(olha ele aí)se a virtude pode ser ensinada ou não.

Exceto por algo que eu já ressaltei nos artigos anteriores,Platão,como nós,não sai desta verdade acabrunhadora:se a pessoa a ser ensinada não o quiser não adianta a ajuda de outrem ,mas o que gera a discussão é o fato empírico de que ás vezes a ajuda de uma pessoa é fundamental para esta outra querer sair dos problemas em que entrou.

Em nosso tempo de drogas e vícios alguns exemplos são conhecidos ,de pessoas que só conseguiram sair do seu acuamento sabendo  que perto estavam apoiadores confiáveis:Nelson Gonçalves e Miles Davies são exemplos conhecidos.

Dialeticamente poderíamos perguntar se a decisão libertadora foi da pessoa mesmo ou dependeu desta certeza externa.Se esta certeza não estivesse,a pessoa tomaria a decisão?

Em última instância ,como solução psico-axiológica desta proposição,fica claro,no entanto,que se o “inadequado” não s e empenhar nada evolui.A decisão tem que ser do doente ou do desajustado.

O que marca pelo menos um limite da discussão.

Platão ,que era um filósofo extremamente comprometido com objetivos de poder e de classe,chegou à conclusão de que o ensino da virtude não era possível,o que justificava a permanência da escravidão,entre outras instituições e colocava na aristocracia “estudada” o papel auto-arrogado de dirigente.

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