sábado, 10 de fevereiro de 2024

O nexo casual/causal Já está no nexo Hume/Kant

 

Não gosto de associar as transformações na filosofia à ciência.Se fosse assim nós teríamos que esperar a física quântica para fazer as reflexões do último artigo.

É lógico que para se chegar a uma conclusão deste tipo o modo como se vê o real tem que mudar e muitas vezes isto se dá da filosofia para a ciência  e para o contrário.

Sem falar nos outros saberes e práticas sociais que ajudam nesta visão do mundo.

A casualidade já era admitida desde o mundo antigo,através da escola pirrônica,que mostrou as ilusões do ser humano,especialmente a partir da experiência técnica e cientifica da medicina.

Pela primeira vez o termo eidola , “ idolatria”, “fumaça”,aparece articulado num pensamento rigoroso.

O ceticismo adquire  ai um ápice ao mostrar as incertezas:aquilo que se apresenta diante do sujeito nem sempre é o que parece.

Hume e Kant são tidos e classificados como “ céticos”.Hume tem famosos “ ensaios céticos” sobre os costumes humanos,morais e a politica em geral.

E foi ele quem tirou Kant do seu “ sono dogmático”,quando caiu na mão deste último “ O tratado sobre o entendimento humano”,em que o ceticismo surge como um conceito rigoroso e produtivo em termos filosóficos,levando em conta o movimento da ciência,que no século XVIII demonstrava mais e mais que a realidade ,o universo ,eram mais complexos do que se pensava.

Então não foi uma dependência da ciência que gerou a visão do casual moderna e contemporânea,mas uma continuação e adaptação do pensamento cético em relação ás novas descobertas.

Pela lei cientifica se estabelece um padrão determinado que oferece a possibilidade de previsibilidade,por causa(causa)da sua repetição.Nas condições devidas a lei ocorre .

Contudo,se estas condições não estão presentes ,não se tem certeza  de que algo vai acontecer.Ao dizer(o exemplo é de Hume): “a incidência da luz do sol sobre uma poça causará evaporação”,tal previsão não é certa,não s e tem certeza de que este nexo de causa  efeito vai se dar.

É aí que está  a casualidade:a possibilidade(mas não certeza),de que vai acontecer.

É um mito a previsibilidade cientifica.

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