Não
gosto de associar as transformações na filosofia à ciência.Se fosse assim nós teríamos
que esperar a física quântica para fazer as reflexões do último artigo.
É
lógico que para se chegar a uma conclusão deste tipo o modo como se vê o real
tem que mudar e muitas vezes isto se dá da filosofia para a ciência e para o contrário.
Sem
falar nos outros saberes e práticas sociais que ajudam nesta visão do mundo.
A
casualidade já era admitida desde o mundo antigo,através da escola
pirrônica,que mostrou as ilusões do ser humano,especialmente a partir da
experiência técnica e cientifica da medicina.
Pela
primeira vez o termo eidola , “ idolatria”, “fumaça”,aparece articulado
num pensamento rigoroso.
O
ceticismo adquire ai um ápice ao mostrar
as incertezas:aquilo que se apresenta diante do sujeito nem sempre é o que
parece.
Hume
e Kant são tidos e classificados como “ céticos”.Hume tem famosos “ ensaios
céticos” sobre os costumes humanos,morais e a politica em geral.
E
foi ele quem tirou Kant do seu “ sono dogmático”,quando caiu na mão deste último
“ O tratado sobre o entendimento humano”,em que o ceticismo surge como um conceito
rigoroso e produtivo em termos filosóficos,levando em conta o movimento da
ciência,que no século XVIII demonstrava mais e mais que a realidade ,o universo
,eram mais complexos do que se pensava.
Então
não foi uma dependência da ciência que gerou a visão do casual moderna e
contemporânea,mas uma continuação e adaptação do pensamento cético em relação
ás novas descobertas.
Pela
lei cientifica se estabelece um padrão determinado que oferece a possibilidade
de previsibilidade,por causa(causa)da sua repetição.Nas condições devidas a lei
ocorre .
Contudo,se
estas condições não estão presentes ,não se tem certeza de que algo vai acontecer.Ao dizer(o exemplo é
de Hume): “a incidência da luz do sol sobre uma poça causará evaporação”,tal
previsão não é certa,não s e tem certeza de que este nexo de causa efeito vai se dar.
É
aí que está a casualidade:a
possibilidade(mas não certeza),de que vai acontecer.
É
um mito a previsibilidade cientifica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário