É
sabido que Marx desejou no final da vida fazer uma logica dialética
materialista,a partir de O Capital.Quando ele terminou a sua obra-prima,intentou realizá-lo,mas a luta
pela vida o impediu.
Isto,em
primeiro lugar,prova que Marx aplicou a dialética da natureza,fechada e monística,no
Capital e na vida e mais do que isto,que a origem dos manuais soviéticos está
nele.
Marx
apresenta os dois lados:ele é um refinadíssimo analista e simultaneamente sucumbe
ao caráter falso e tosco desta base dialética e do materialismo.
Marx
é como um gigante de pés de barro,o Capital também.Lá no fundo as limitações do
materialismo aparecem.
E
nos manuais soviéticos se percebem estas limitações fundamentais.
O
ponto de partida de identificação destes limites é a questão que sobejamente
venho tratando,qual seja,a da dialética entre o causal e o casual,entre o risco
e a certeza.
Como
já expliquei ,na visão hegeliana/aristotélica o casual se torna sempre causal e
racional.
É
por aqui que se entende o conceito dele de que “ o racional é real e o real é
racional”.
Mas
eu já mostrei a besteira que é:o casual
permeia a sociedade e também participa do processo de compreensão do real,tanto
social como natural.Hoje com a teoria quântica o aleatório participa da natureza e só se a compreende se incorporá-lo
no processo de investigação.
Eu
sei um exemplo que vem de slavoi zizek,um “ neo-ortodoxo” atual: “ você entra
num ônibus ,senta numa cadeira e de repente você olha para o lado e tem uma menina
com quem você começa a conversar.Marca de sair com ela e ela se torna a mulher
da sua vida”.
O
aleatório se tornou “ racional”.Contudo ,em volta do casal ,outros dois casais,sentados,não
se formam.É possível racionalizar obrigatoriamente o porque de não ter
acontecido nada?Claro que sim.
Até
numa dialética negativa e comparando com
o casal formado pode-se dizer o porquê,mas aí este porque pode não ter nenhuma relação
com a sociedade,com a explicação do seu movimento.
Se
eventualmente os parceiros dos dois casais forem gays isto se conecta com
tendências sociais,mas eventualmente também o fato de não haver liga há de ser
um fato casual mesmo,compreensível como aleatório e não “ certo”.
A
sociologia ,portanto,bate o nexo Hegel/Marx.A permanência no nexo ,como no passado,mantém
o investigador numa limitação emburrecedora e quando ele é tido como solução do
problema social,pior ainda:o sujeito se torna dono da verdade,dono do mundo e começa
a xingar,babar e se considerar o centro do mundo e da vida.
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