sábado, 10 de fevereiro de 2024

Porque a dialética De Hegel/Marx não raro Emburrece

 

É sabido que Marx desejou no final da vida fazer uma logica dialética materialista,a partir de O Capital.Quando ele terminou a  sua obra-prima,intentou realizá-lo,mas a luta pela vida o impediu.

Isto,em primeiro lugar,prova que Marx aplicou a dialética da natureza,fechada e monística,no Capital e na vida e mais do que isto,que a origem dos manuais soviéticos está nele.

Marx apresenta os dois lados:ele é um refinadíssimo analista e simultaneamente sucumbe ao caráter falso e tosco desta base dialética e do materialismo.

Marx é como um gigante de pés de barro,o Capital também.Lá no fundo as limitações do materialismo aparecem.

E nos manuais soviéticos se percebem estas limitações fundamentais.

O ponto de partida de identificação destes limites é a questão que sobejamente venho tratando,qual seja,a da dialética entre o causal e o casual,entre o risco e a certeza.

Como já expliquei ,na visão hegeliana/aristotélica o casual se torna sempre causal e racional.

É por aqui que se entende o conceito dele de que “ o racional é real e o real é racional”.

Mas eu já mostrei a besteira que  é:o casual permeia a sociedade e também participa do processo de compreensão do real,tanto social como natural.Hoje com a teoria quântica o aleatório participa  da natureza e só se a compreende se incorporá-lo no processo de investigação.

Eu sei um exemplo que vem de slavoi zizek,um “ neo-ortodoxo” atual: “ você entra num ônibus ,senta numa cadeira e de repente você olha para o lado e tem uma menina com quem você começa a conversar.Marca de sair com ela e ela se torna a mulher da sua vida”.

O aleatório se tornou “ racional”.Contudo ,em volta do casal ,outros dois casais,sentados,não se formam.É possível racionalizar obrigatoriamente o porque de não ter acontecido nada?Claro que sim.

Até numa dialética negativa  e comparando com o casal formado pode-se dizer o porquê,mas aí este porque pode não ter nenhuma relação com a sociedade,com a explicação do seu movimento.

Se eventualmente os parceiros dos dois casais forem gays isto se conecta com tendências sociais,mas eventualmente também o fato de não haver liga há de ser um fato casual mesmo,compreensível como aleatório e não “ certo”.

A sociologia ,portanto,bate o nexo Hegel/Marx.A permanência no nexo ,como no passado,mantém o investigador numa limitação emburrecedora e quando ele é tido como solução do problema social,pior ainda:o sujeito se torna dono da verdade,dono do mundo e começa a xingar,babar e se considerar o centro do mundo e da vida.

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