Uma
vez que nós estabelecemos uma compreensão básica sobre a filosofia de
Aristóteles nós podemos fazer um resumo
de como ele chegou e porquê.
Do
ponto de vista do exegeta, datas,prova de autoria,influências reciprocas têm
importância mas aqui tal só tem validade na medida em que explica a evolução do
pensamento aristotélico e os seus saltos de qualidade.
Neste
sentido nós entendemos o percurso da seguinte maneira:Aristóteles diverge de seu
mestre Platão porque (talvez inevitavelmente)tenha buscado para a sua filosofia
uma base no real,que já era parte da prática pessoal dele.
Dentro
de sua época Aristóteles era um interdisciplinar,que hoje não seria admitido:era um biólogo,um médico,um
veterinário e um pesquisador da natureza.
Lembro-me
bem das aulas do professor Leonardo Boff sobre ele,mostrando que apesar desta
multiplicidade ultrapassada,o que fica e o que o torna mais lucido do que nós
hoje,era o seu discernimento.
O
conhecimento verdadeiro é qualitativo,ou seja,como discernimento.Ele é
pré-socrático neste aspecto e socrático,porque busca os fundamentos daquilo que
ele produz.A verdade por trás do conhecimento quantitativo.
Só
deste modo ,sobrevive.
A
física de Aristóteles foi totalmente superada pela ciência moderna e já era
duvidosa e derivativa de crença no seu tempo,mas o estudo do real,da natureza,
lhe permitiu em outros setores de sua obra “mapear” conceitualmente os seus
elementos,permitindo a sua compreensão.
Até
aos dias de hoje este mapa permanece “ contribuindo” para o entendimento do real,naturalmente
perdendo exclusividade.
Então,como
outros autores,Aristóteles estuda o real, a natureza,em algumas obras ,para
depois na “Metafisica” ou “Ontologia”,organizar tudo conceitualmente.
Dai
por diante ele aplica em outras áreas do real,digamos,sociais,estes princípios “
mapeados”.
Os
próximos passos de sua análise são:analisar o movimento do real,continuar a
pesquisa histórica dos filósofos antecessores e esta aplicação.
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