terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

A família

 

Tenho falado aqui em Pais  e Filhos  e vou continuar,mas agora outra série se inicia  e trata da família.

Meu pai stalinista sempre dizia que a família burguesa estava acabada  e que era preciso substitui-la pela familia socialista,sem dizer bem o que era.

Para mim desde os meus primeiros contatos com o marxismo e com o comunismo a familia tinha que ser assim: “de cada um segundo a sua capacidade,a cada um segundo a sua necessidade”.Como deveria ser a sociedade utópica do futuro.

Contudo nunca me passou pela cabeça que este projeto igualasse a todos. Se a última parte da frase dá a impressão de que tudo dever ser dividido,a primeira indica que ninguém é igualado em suas capacidades.

Eventualmente esta igualdade existe ,mas a admissão da diferença de contribuições prossegue como um fato real.

 A predominância da segunda oração sobre a primeira marca um abismo social e politico tremendo,porque obriga o despojamento das pessoas  e a perda de ambições individuais,tidas então até como “pecaminosas”, “diabólicas” e “ anti-sociais”.

Se aquele que tem mais passa para o que tem menos é um principio em principio justo,de outro lado  apresenta complexos problemas de verdade e justiça.

Isto porque o outro não fez nada para merecer o recebimento e mesmo que o tenha,até por injustiça cometida,tal solidarismo não serve de base senão para uma sociedade simples e nunca complexa.

Uma sociedade simples como a família,mas não complexa como a sociedade em geral.

Existe,no entanto,uma diferença ou descontinuidade entre estas duas partes ou momentos da vida social?

Nenhum comentário:

Postar um comentário