Tenho
falado aqui em Pais e Filhos e vou continuar,mas agora outra série se
inicia e trata da família.
Meu
pai stalinista sempre dizia que a família burguesa estava acabada e que era preciso substitui-la pela familia
socialista,sem dizer bem o que era.
Para
mim desde os meus primeiros contatos com o marxismo e com o comunismo a familia
tinha que ser assim: “de cada um segundo a sua capacidade,a cada um segundo a
sua necessidade”.Como deveria ser a sociedade utópica do futuro.
Contudo
nunca me passou pela cabeça que este projeto igualasse a todos. Se a última
parte da frase dá a impressão de que tudo dever ser dividido,a primeira indica
que ninguém é igualado em suas capacidades.
Eventualmente
esta igualdade existe ,mas a admissão da diferença de contribuições prossegue
como um fato real.
A predominância da segunda oração sobre a
primeira marca um abismo social e politico tremendo,porque obriga o
despojamento das pessoas e a perda de
ambições individuais,tidas então até como “pecaminosas”, “diabólicas” e “
anti-sociais”.
Se
aquele que tem mais passa para o que tem menos é um principio em principio
justo,de outro lado apresenta complexos problemas
de verdade e justiça.
Isto
porque o outro não fez nada para merecer o recebimento e mesmo que o tenha,até
por injustiça cometida,tal solidarismo não serve de base senão para uma sociedade
simples e nunca complexa.
Uma
sociedade simples como a família,mas não complexa como a sociedade em geral.
Existe,no
entanto,uma diferença ou descontinuidade entre estas duas partes ou momentos da
vida social?
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