domingo, 23 de março de 2025

Da insubstitutibilidade do individuo

 

Quando li em épocas melhores o livro de Leandro Konder “Marxismo e Alienação” ,uma idéia que eu só viria a encontrar na fenomenologia,apareceu:do caráter insubstituível  e inigualável de cada pessoa.

Husserl se refere à esta realidade ao propor o “ eu transcendental”,seguindo Kant.

E de modo geral outras filosofias e pensamentos buscaram esta singularidade.

A resposta para a admissão da singularidade,daquilo que os fenômenólogos chamam de “visada”,irrepetível,eu já venho colocando inúmeras vezes aqui:só se pode perceber a singularidade e admiti-la a partir daí.Ao buscá-la racionalmente é impossível dentro do conceito de que a coisa em si é incognoscível.

A filosofia busca fundamentos,mas a partir de Nietzsche há um momento em que o fundamento básico,o fundante de todos os fundamentos aparece:a própria perspectiva individual e singular.

O fundamento de um fundamento sem fundamento:assim é que se entende a teoria do eterno retorno.O fim de algo é a possibilidade do começo de outra coisa,de outro fundamento.de outra linha de fundamentos inter-relacionados.

Mas este começo é um fundamento sem fundamento e aí que a irrepetibilidade,a singularidade,surgem para justitificar o pensamento de que há coisas que se reduzem à própria individualidade:o individuo.

Este é o sonho:pensar sempre que se é singular,que não existe outro como eu na vida e a única forma de concebê-lo é pela percepção e não pelo discurso lógico explicativo.

A fenomenologia tratou disto,mas em “Marxismo e Alienação”quem apontou este caminho foi Levi Bruhl,um antropólogo.

De diversos lugares se pode chegar à singularidade.

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