Não
é pelo fato de que a ciência explica a exploração que devemos esquecer a percepção do sofrimento.Eu já expliquei
esta questão trabalhando com Kant:a linguagem não restitui o mundo,mas a percepção
sensível nos mostra parte dele,o qual revela-o.
A
percepção mais firme e decisiva é a do sofrimento,que nos impulsiona para a
relação.Metendo Aristóteles no terreiro de Kant,nós podemos dizer que o homem
oscila entre o reconhecimento deste sofrimento e a sua explicação,mas há uma rutura entre
eles,sempre ameaçando a relação.
O
esquecimento do sofrimento,criticado por São Paulo é uma forma,ou a forma
pela qual se estabelece na subjetividade esta rutura,este...descompromisso.
A
questão é saber como levar para a linguagem esta relação e este reconhecimento
da sensibilidade.
Kant
parece ter apontado o caminho ,mas a rigor a linguagem dele é explicativa
também e ele só aponta o problema.
Curiosamente
um pensador tantas vezes criticado por seu individualismo,como Nietzsche ,me
parece estar mais próximo desta identificação entre a percepção e a linguagem.
Só
que ele sacrifica a explicação optando por uma linguagem poética,descritiva,narrativa,que
estabeleceria uma relação equânime entre estes dois lados.
Nietzsche
sempre fala por narrativas,por demonstrações do real,com imagens.Nunca
racionaliza ou explica o que é,por exemplo,o amor.
Sempre
retrata-o nas suas diferentes manifestações ,com as suas consequencias,positivas
ou negativas.
Tal
resolve o problema?Pelo menos os dois lados se aproximam.
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