quarta-feira, 19 de março de 2025

Quando eu era professor III

 

Naturalmente todas as considerações que venho fazendo até agora têm um tom de blague.Contudo as contradições são reais entre aquilo que é e aquilo que se modifica permanentemente.

É um tipo de contradição insolúvel e que só se deslinda na concepção do Ser:Jean Wahl afirmava que o ser é extático.Ele flui como a matéria que  cai na ampulheta.

Eu já fiz esta observação em outros artigos,mas hoje eu quero aprofundar o que eu disse  asseverando que o que fica do Ser é esta matéria que vai se desfazendo  e se recompondo permanentemente.

Também disse uma vez que se denominarmos o ser como matéria nós não estamos vendo senão parte do Ser,porque ele é mais do que isto.

Contudo,nossas últimas análises demonstram que se não houver um termo limitador na sua definição,é impossível sair da contradição entre o movimento e a permanência,o que fica e o que muda(a aufhebung de Hegel).

Sem esta realidade limitadora nós não podemos dar seguimento aos estudos filosóficos sobre o Ser.

E afinal de contas ainda que a  mudança modifique o ser ela modifica parcialmente,não totalmente o ser.

O ernesto que se modificou continua sendo o ernesto,apesar de diferente daquele que não se coçou.Restam sim  elementos constitutivos do ser,que o definem e lhe dão sentido.

Dito isto nós temos que analisar mais uma vez a contradição:o que permanece na passagem do tempo e o que fica,se fica nesta mesma voragem.

Ao longo do tempo e das épocas coisas permanecem e outras vão desaparecendo.Elas têm vocação de eternidade?

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