Naturalmente
todas as considerações que venho fazendo até agora têm um tom de blague.Contudo
as contradições são reais entre aquilo que é e aquilo que se modifica
permanentemente.
É
um tipo de contradição insolúvel e que só se deslinda na concepção do Ser:Jean
Wahl afirmava que o ser é extático.Ele flui como a matéria que cai na ampulheta.
Eu
já fiz esta observação em outros artigos,mas hoje eu quero aprofundar o que eu
disse asseverando que o que fica do Ser
é esta matéria que vai se desfazendo e
se recompondo permanentemente.
Também
disse uma vez que se denominarmos o ser como matéria nós não estamos vendo
senão parte do Ser,porque ele é mais do que isto.
Contudo,nossas
últimas análises demonstram que se não houver um termo limitador na sua
definição,é impossível sair da contradição entre o movimento e a permanência,o
que fica e o que muda(a aufhebung de Hegel).
Sem
esta realidade limitadora nós não podemos dar seguimento aos estudos
filosóficos sobre o Ser.
E
afinal de contas ainda que a mudança
modifique o ser ela modifica parcialmente,não totalmente o ser.
O
ernesto que se modificou continua sendo o ernesto,apesar de diferente daquele
que não se coçou.Restam sim elementos constitutivos
do ser,que o definem e lhe dão sentido.
Dito
isto nós temos que analisar mais uma vez a contradição:o que permanece na
passagem do tempo e o que fica,se fica nesta mesma voragem.
Ao
longo do tempo e das épocas coisas permanecem e outras vão desaparecendo.Elas
têm vocação de eternidade?
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