sábado, 22 de março de 2025

Quando eu era professor IV

 

Então o mundo e  a vida parecem uma luta entre aquilo que morre frequentemente e aquilo que tem vocação para ficar.

No processo da aufhebung a mudança está pari passu ao processo de conservação e a perspectiva de imortalidade está além do homem,mas passa por ele.

O que é aquilo que mais se conserva?A religião,que acompanha a humanidade.Depois ,as criações da cultura;depois as nações.

Eu diria que os problemas humanos têm vocação para a eternidade.O sexo?A vida apesar das espécies?

Se a vida sobrevive apesar das individualidades,o que estas são?A individualidade é a vida concreta ,mas a vida em geral também é concreta.

Eu procuro aquilo que é fugás de fato,o que é?As pedras não se modificam,mas continuam pedras ,de outro modo?

São as realizações da cultura que podem permanecer um tempo quase idêntico ao da eternidade,como os poemas de Homero e Dante;ou como as cidades,como Roma.

O que mais chama a atenção no entanto é que poderíamos ficar indefinidamente(eternamente?)estabelendo aquilo que muda e perece(só assim muda)e aquilo que permanece.

Os pincéis mudam,mas as pinturas não.

No fundo é a subsistência se aguentando no mar de insubsistências.No fundo é a luta entre o que perece e o que é perene.

Existe uma dialética entre estas duas coisas?Certamente que sim,mas a própria dialética subsiste eternamente,como principio?Ela não perece nunca,como produto da cultura?

Como algo perene define o que perece,o que muda?Só se resolve esta contradição(dialética?)se abordarmos o termo mudança.

A mudança é perene enquanto perece permanentemente.Mas aquilo que fica nega para sempre a mudança?

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