Pascal
entendia o homem como um caniço que pendia para o mundo e pendia para si mesmo.
Isto
nos leva a pensar neste verbo:pender.Vem da raiz latina pondere “pensar sobre” alguma coisa.Daí é que vem
responsabilidade ,resposta,responder.
Significam
ponderar sobre a coisa,ponderar sobre o que acontece.
A
ética de Pascal é a da responsabilidade,diante de um mundo em que a presença de
Deus já não é tão reconhecida assim como óbvio,espicaçando de dúvidas um
cristão sincero como o filósofo.O filósofo do Deus absconso ,isto é,escondido,caché
em francês.
Pender
está no mesmo diapasão:aquilo que pondera é porque pende para a realidade do
mundo,onde está também esta subjetividade,que realiza todas estas complexas
tarefas.
Assim
como Descartes estabelece uma outra forma de relação com o mundo,construindo o
sujeito e o objeto,o cogito ,Pascal
focaliza na passagem entre estes dois momentos e do ponto do ethos humano
,mostra como o ser humano se encontra na busca de uma certeza
reconfortadora,que a objetividade,como dissemos,não existe mais.
Diferentemente
de Descartes ele não tem mais confiança no objeto cognoscível ,mas só num novo
homem à procura da certeza.Sem necessariamente encontrá-la.
A
proposta da aposta pascalina não elimina o risco,a dúvida,em relação a Deus e
só a fé consegue um elemento,tênue que seja, de certeza frente a este Deus obscurecido
pela natureza e pela ciência.
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