Eu
disse que voltava a Marx,não disse?Pois é, neste inventário dos filósofos e
pensadores que trabalham com uma contraposição Marx
também está presente.
A
contraposição dele é a relação do homem com a natureza.
Todos
os filósofos de que temos falado,inclusive Marx,desenvolvem uma integração entre
o sujeito e o objeto cartesianos.
Kant
os integra,na experiência;Hegel,no movimento (dialético)e Marx os integra na
categoria do trabalho,que transforma a natureza,transformando(dialeticamente)o
homem,num processo infinito e necessário de mudança e permanência.
A
mudança se dá nas novas realidades que derivam do trabalho e a permanência é o próprio trabalho mesmo,a
atividade, a vita activa ,consciente ,que transforma a natureza e “faz”
o mundo.
Ora
isto não é a continuidade da dicotomia sujeito/objeto?Claro que sim,Marx é
cartesiano e racional.
Mas
introduz uma mediação diferente dos filósofos citados,porque estes permanecem
na dicotomia,nas idéias ,na ação compreensiva do sujeito,enquanto que em Marx algo
além (mas não dissociado)da dicotomia aparece.
Neste
sentido ele acrescenta um “ algo”a esta contraposição,uma hierarquia que vai de
cima para baixo,da dicotomia para o trabalho e de baixo para cima ,do trabalho
para a dicotomia.
Na
verdade Marx descobre que quem produz esta dicotomia é a mediação do trabalho.A
origem da dicotomia não é só o pensamento do filósofo,mas o lugar dele no
desenvolvimento histórico,que permite produzir a contraposição.A autonomia do
filósofo continua,mas já agora situado num processo de formação que joga um
papel decisivo.
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