A
verdade é que além da percepção que legitima a irrepetibilidade de cada um de
nós,existe uma outra forma de insubstitutibilidade:a imortalidade pela
realização.
Durante
anos lutei para igualar aquele que não tem imortalidade com aquele que tem,mas
hoje estou seguro de que tal não é possível e alguns são lembrados enquanto
outros não.
Se
não encontrarmos uma forma de imortalidade para todos não há saída:uns são e
outros não são.
Um
trabalhador comum é igual a tantos,apesar de ele ser um ser humano irrepetível.Mas
o Einstein é um só;Galileu é um só e não tem escapatória.
Grande
parte da inveja ,dos ressentimentos é por causa disto e superá-lo talvez diminuísse
estes fenômenos.
Einstein
é um ser humano como outro qualquer,singular,perceptível como tal,mas a sua
realização o põe na imortalidade universal e trans-temporal,porque ele ficará
por um bom tempo,pelo menos,reconhecido e lembrado.
Se
cada pessoa pudesse ter a “ sua”
imortalidade tudo se desvaneceria num congraçamento,mas não sendo assim e
vivendo numa sociedade desigual o ressentimento é certo.
Nós
podemos analisar da seguinte forma:todos têm olhos,boca,barba(ou não)nariz,mas
só alguns têm algo além disto,que é uma realização a ser obrigatoriamente
lembrada e considerada.
Então
os verdadeiros insubstituíveis são estes
,imortais,por uma realização,que se impõe aos outros,ao reconhecimento dos
outros.
Hegel
fala muito do reconhecimento,que é uma categoria complexa e fundamental na
sociedade.
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