terça-feira, 25 de março de 2025

Da insubstitutibilidade II

 

A verdade é que além da percepção que legitima a irrepetibilidade de cada um de nós,existe uma outra forma de insubstitutibilidade:a imortalidade pela realização.

Durante anos lutei para igualar aquele que não tem imortalidade com aquele que tem,mas hoje estou seguro de que tal não é possível e alguns são lembrados enquanto outros não.

Se não encontrarmos uma forma de imortalidade para todos não há saída:uns são e outros não são.

Um trabalhador comum é igual a tantos,apesar de ele ser um ser humano irrepetível.Mas o Einstein é um só;Galileu é um só e não tem escapatória.

Grande parte da inveja ,dos ressentimentos é por causa disto e superá-lo talvez diminuísse estes fenômenos.

Einstein é um ser humano como outro qualquer,singular,perceptível como tal,mas a sua realização o põe na imortalidade universal e trans-temporal,porque ele ficará por um bom tempo,pelo menos,reconhecido e lembrado.

Se cada pessoa pudesse  ter a “ sua” imortalidade tudo se desvaneceria num congraçamento,mas não sendo assim e vivendo numa sociedade desigual o ressentimento é certo.

Nós podemos analisar da seguinte forma:todos têm olhos,boca,barba(ou não)nariz,mas só alguns têm algo além disto,que é uma realização a ser obrigatoriamente lembrada e considerada.

Então os verdadeiros  insubstituíveis são estes ,imortais,por uma realização,que se impõe aos outros,ao reconhecimento dos outros.

Hegel fala muito do reconhecimento,que é uma categoria complexa e fundamental na sociedade.

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