terça-feira, 18 de março de 2025

Quando eu era professor II

 

Continuando o artigo anterior:

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Se eu relacionar cada ponto com cada vazio(que não é vazio)haverá uma contradição insolúvel porque não é possível conciliar cada um deles,indistinto com a realidade que os perpassa.

Supondo que estes pontos são os diversos ernestos,que se modificam a cada segundo ou a cada minuto e no meio ,nos interstícios está o ernesto,como conciliar o ernesto 2 com o ernesto em geral que já se modificou?E se cada ponto é um pouco o ernesto em geral,qual a diferença entre um e outro?

Isto nos remete para a conclusão final de Kant:é impossível apreender de fato o real,muito menos in totum .

O real é uma contradição insolúvel que só uma construção subjetiva dá sentido.

Os instantes do tempo são momentos fugazes reais?Nós podemos dizer que há um momento,separado de outro?Problemas que a ciência,a ciência física,tenta resolver.

Admitindo que sim ,nós temos como fazer um acordo entre a subjetividade e o real,por mais fugaz que seja.Mesmo assim esta fugacidade nos remete para outros problemas:o que vem depois e antes desta fugacidade?Ela é separada de fato do mundo?Então como é um instante fugaz,um átomo?Um momento?

Tudo nos leva para a mesma conclusão anterior,que dá conta de que o mundo é inapreensível e que suas realidades só são compreensíveis naquele modo que Da Vinci gostava de falar: “ O conhecimento é como a ação das mariposas em volta da luz:se se aproximam demais,queimam as asas”.

Há um limite,uma prudência exigível no ato de conhecer e o que resta do antigo racionalismo é esta eventual adequação entre sujeito e objeto no tempo e no movimento.

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