Eu
não ia incluir Descartes neste trabalho,neste inventário,mas analisando Pascal
vi que é importante estudar a dicotomia sujeito/objeto.
A
criação da racionalidade...o momento em que o homem racional se reconhece como
tal.Se duvido,penso,penso ,logo existo.
A
existência depende desta razão que caminha com evidências.Ela não corre
sozinha,mas dependente da razão.
Aqui
está a grandeza e a limitação de Descartes:a razão nasce com ele mas o existir
se submete a um critério explicativo,que Sartre mostrará depois ser impossível.
Não
sou daqueles que não gostam de Descartes.Gosto
sim,porque ele é fundamental.
Mas
é um dos filósofos com mais limitações
de época que existem.Ele é como Marx e fica tentando ultrapassar uma visão de
mundo limitada pelo sujeito que observa a natureza,por recorrer à religião,a
Deus.
Descartes
era anti-ateista.O positivismo no século XIX tentou torná-lo como um precursor
do mais deslavado ateísmo,mas ele originalmente era cristão e considerava que
só uma visão consequente de Deus ,poderia enfeixar todos os impasses que a
observação da natureza punha:Descartes sofre dos mesmos problemas de
consciência de Pascal,mas a solução busca adequar Deus a este racionalismo,do
qual não tem como sair.
A
descoberta do cogito é uma coisa,outra o que este cogito faz diante de
uma natureza que já não é aquela da idade media:é infinita supostamente,complexa,quiçá
inabarcável,contendo mistérios nunca antes conhecidos e até então não revelados.
O
máximo de racionalismo esbarra na inevitabilidade de seu limite,porque quanto
se conhece,menos se sabe.
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